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'É imprescindível que idosos e pessoas vulneráveis procurem a dose reforço', alerta infectologista

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Começou nesta semana a aplicação da dose de reforço contra a Covid-19 a alguns grupos que já foram imunizados há mais de seis meses em Santa Maria. As primeiras ações contemplaram idosos que vivem em lares de longa permanência, como o Lar das Vovozinhas. Outra ação também destinou a terceira dose a idosos em geral com mais de 85 anos. A procura, no entanto, foi baixa, diferente das ações para primeira e segunda dose para o público, quando haviam pessoas que chegavam nas filas na véspera da vacinação. Em entrevista ao programa Análise, da CDN, o médico infectologista Alexandre Vargas Schwarzbold alertou para a importância do público mais vulnerável a doenças procurar a dose de reforço da vacina.

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Schwarzbold é presidente da Sociedade Riograndense de Infectologia e coordena estudos de vacinas na UFSM. Segundo ele, depois de seis meses da segunda dose, alguma vacinas perdem parte da eficiência em alguns públicos cuja imunidade já é fragilizada.

- É imprescindível que idosos e pessoas vulneráveis, que possuem outras doenças, procurem a dose reforço. Essa nova dose é fundamental para as pessoas que se vacinaram há seis meses ou até antes. Há evidências científicas de queda dos anticorpos depois de seis, sete meses. Mas, a longevidade da vacina depende muito da condição de saúde das pessoas que recebem. Os idosos em geral tem queda dessa resposta imune - explica o médico.

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Só na primeira ação de vacinação para idosos a partir de 85 anos, em fevereiro deste ano, 2 mil pessoas procuraram a imunização em Santa Maria - depois dessa, outras ações ainda foram realizadas para esse público. Nesta semana, apenas 892 voltaram para a terceira dose. 

De acordo com Schwarzbold, ainda não há um consenso científico sobre a necessidade de doses de reforço a cada ano, como acontece com a vacina da gripe, por exemplo. O médico acredita que pelos próximos dois anos haja necessidade de novas aplicações de vacinas contra a Covid-19 e, posteriormente, possa ser desenvolvida uma vacina conjunta que previna contra todos os vírus respiratórios.

- Não se tem a resposta do meio cientifico mundial. Há uma série de estudos para isso. Não tenho dúvida de que nos próximos dois anos vamos vivenciar essa realidade das doses de reforço, mas ainda não sabemos se será necessária a vacinação sazonal. Vamos talvez desenvolver vacinas conjuntas, que combatam gripe e coronavírus. Dessa forma, é mais fácil chamar as pessoas para tomar só uma vacina que previna a todas as doenças respiratórias. Estudos neste sentido já estão sendo feitos. Mas, antes de dois anos, essas vacinas não devem ser finalizadas - afirma. 

EFETIVIDADE DA VACINAÇÃO
Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) concluiu que houve uma diminuição drástica de casos graves e óbitos por Covid-19 com o avanço da vacinação. O levantamento foi feito do dia 17 de janeiro até 19 de julho, a partir de mais de 66 milhões de registros de vacinas, e apontou, ainda, que a efetividade dos imunizantes varia de acordo com a faixa etária do público.

A CoronaVac tem eficácia de 60% na prevenção de casos graves de Covid-19 em idosos de 60 a 79 anos. Mas cai pela metade a partir de 80 anos. Quando a pessoa toma duas doses, a vacinação evita, em média, que 70% a 90% dos casos fiquem graves ou resultem em mortes.

As duas doses da AstraZeneca previnem, em média, de 80% a 90% dos casos graves e mortes. Entre os adultos mais jovens, essa eficácia pode ser maior e, entre os idosos com 80 anos ou mais, fica em 67%.

Já a efetividade da vacina da Pfizer só foi avaliada com uma dose e no público de 20 a 59 anos, porque ela demorou mais tempo a ser comprada pelo Brasil. Nesses casos, tem efetividade de 80% a 90% contra casos graves e mortes.

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